Happy hour pede um chopinho ou uma cerveja trincando, né?! Mas você sabe a diferença entre o chopp e a cerveja? Há alguns mitos que vamos derrubar hoje.

Se deu sede, abre uma e vem comigo beber e falar sobre cerveja.

Chopp ou Chope?

A palavra chopp, ou chope, deriva do alemão schoppen, que originalmente era um recipiente para líquidos de meio de litro de vinho ou cerveja, tradicional do sul da Alemanha e Suíça. Em outras regiões próximas, a medida equivale a 0,4 litros.

A teoria é que, na época da colonização alemã por aqui, os colonos pediam cerveja dizendo: “ein schoppen bitte” ou “uma medida (de cerveja), por favor”.

Os brasileiros, boiando no idioma, concluíram que chope era a cerveja que saia direto da torneira. Ficou então instituído no Brasil, que o chope é a cerveja armazenada em barris, resfriada ao passar pelas serpentinas e servida através de torneiras.

Mas é correta essa nomenclatura?

Erroneamente chamamos de chope a cerveja na pressão, que é a armazenada em barris com adição de dióxido de carbono, ou uma mistura de dióxido de carbono e nitrogênio para prover pressão para a extração. O efeito desses gases contribui para a formação de espuma e a sensação frisante. Mas no mundo todo é utilizada a mesma palavra para qualquer formato de cerveja, seja acondicionada em lata, garrafa ou barril.

Mas, afinal, existe alguma diferença entre a cerveja sob pressão, conhecida como Chopp, e a cerveja de garrafa ou lata? Sim! Vamos entender quais são:

Outra diferenciação adotada de forma equivocada, é relacionada à pasteurização: o chope não seria pasteurizado, mas a cerveja em lata ou garrafa sim. Mas na verdade não.

Pasteurização, o que é?

Pasteurização é um processo que estabiliza a cerveja, aquecendo-a a temperaturas relativamente altas a ponto de torná-la praticamente estéril. Ou seja, sem (ou quase) microrganismos deteriorantes.

Esse choque térmico então aumenta sua vida útil, o que permite que ela fique nas prateleiras por um tempo maior sem refrigeração. Porém, atualmente encontramos cervejas engarrafadas ou enlatadas não pasteurizadas e barris pasteurizados, por isso todo cuidado é pouco com essa afirmação.

Sabemos também que, a pasteurização ainda que levemente, altera o sabor da bebida. E, ao filtrar a cerveja, retiram parcialmente as substâncias que aumentam o corpo da cerveja.

Quando comparamos a cerveja com o chope, citamos a cremosidade e a diferença no paladar. Mas é importante recordar que ambas devem ser servidas com o famoso colarinho. Pois, além de falar da qualidade da bebida, a cerveja ou chope sem a espuma faz com que oxide mais rápido, ganhando amargor com o passar do tempo.

Todas essas diferenças citadas acima, podem ser apreciadas conforme o gosto de cada um.

Essa confusão conceitual, no entanto, não deve comprometer a experiência de degustar uma boa cerveja, seja ela na pressão, em garrafa ou em lata. A dica é privilegiar o consumo local, direto da fonte. Essa cerveja não atravessou oceanos, não sofreu com o calor ou armazenamento inadequado e por isso está fresca, com todas as características sensoriais implorando por um longo, calmo e revigorante gole.

Aprecie com moderação!

Carla Valentim
Sommèliere de Cerveja, Idealizadora e CEO do Tour Cervejeiro
www.tourcervejeiro.com.br

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